Olho para o céu pela janela do meu quarto e vejo a chuva cair, como se tu, aí em cima demonstrasses a raiva por entre os trovões e as gotas de chuva que derramam dos teus olhos cor de mar. Toco no vidro da janela, como se este toque me permitisse chegar até ti, como se este toque permitisse pedir-te desculpa... Vejo-te lá no céu de cabeça baixa e com os teus enormes cabelos lisos a tapar-te a cara, como quando fazias para copiar nos testes... Toco-te, mas quando levantas a cabeça, apercebo-me que essa sou eu, e este vidro se tornou no espelho da minha alma, um espelho partido e repleto de culpa.
Acordo... repiro... não passou de um pesadelo.
Leonor,
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