domingo, 5 de fevereiro de 2012

Setúbal, 5 de Fevereiro

           Caminho cada vez mais depressa para entrar rapidamente no bloco de aulas, sempre de cabeça baixa. Sei o que toda a escola pensa, e não os culpo. Sei que pensam que te ignorei de todas as vezes que me pediste ajuda naquelas cartas, mas eu juro que nunca as li, até porque passou um ano depois da tua morte e só depois soube da existência das cartas. Eu sei que ninguém acredita em mim, e até mesmo tu, aí em cima, deves duvidar; nem a minha própria mãe acredita, eu vejo nos seus olhos a desilusão que sente por mim. Caminho cada vez mais depressa, assim que vejo pessoas com o jornal na mão e a cochicharem sobre mim. Para além da culpa que já sentia, agora, ainda sinto a culpa que Setúbal inteira exerce sobre mim. Entro na casa de banho, e tranco de imediato a porta, caio sobre o chão e desato a chorar, choro por já não estares presente, choro por mim e choro pela culpa que sinto.
           E este foi o primeiro de muitos dias de sofrimento.


Leonor,

4 comentários:

  1. Oh... Está tudo bem Leonor? Está triste o texto... Mas mesmo muito bom (:
    Obrigado :D Mas até que se lê bem, está acessível o meu texto em inglês, não? xP

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  2. Oh, não era isso que queria dizer :(
    Agora fiquei de consciência pesada xD

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  3. Quase quase! O que é irónico é que as minhas alternativas nada me ajudaram xD

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  4. Alto lá que esta história deu uma reviravolta !

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